Alínea Primeira - “A Génese”
"E apareci do nada,
da mais despida das inutilidades.
Nem costela,
nem folhas de parra,
nem paraísos, maçãs ou serpentes.
Eu sozinho.
O carro alegórico
da alegoria bíblica.
Zigurate da Babilónia,
polifonia poliglota!
Népias!
Estava sozinho!
Sem fralda, berço ou roca!
Sem dentes, leite ou pó!
Sem escola, lancheira ou tinta de aparo!
Sem pelos púbicos, acne ou voz de homem!
Sem mulher, filho ou amor!
Só eu!
Sempre redundante!
Sempre discutível!
Irrelevante!
Dispensável!
Amorfo!
Olvidável!
Antipático!
Anunciei-me ao mundo:
Se me quiserem, estarei sozinho!"
da mais despida das inutilidades.
Nem costela,
nem folhas de parra,
nem paraísos, maçãs ou serpentes.
Eu sozinho.
O carro alegórico
da alegoria bíblica.
Zigurate da Babilónia,
polifonia poliglota!
Népias!
Estava sozinho!
Sem fralda, berço ou roca!
Sem dentes, leite ou pó!
Sem escola, lancheira ou tinta de aparo!
Sem pelos púbicos, acne ou voz de homem!
Sem mulher, filho ou amor!
Só eu!
Sempre redundante!
Sempre discutível!
Irrelevante!
Dispensável!
Amorfo!
Olvidável!
Antipático!
Anunciei-me ao mundo:
Se me quiserem, estarei sozinho!"
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