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30 abril 2004

"Abril"

“Consigo ver-me desaparecer nos dias de sol. Não me atrevo a pronunciar o teu nome em voz alta, medo que ele se desgaste na minha voz, garganta dorida de quem não fala uma palavra há anos. Já fui mais forte. O brilho do sol de Abril faz-me sentir menos mal, lembro-me de como um dia eu fui outro, talvez mais disponível para ti...
De quando em quando solto a palavra que te trouxe até mim, que nos fez temer o tão desejado compromisso das nossas almas. Ensaio possíveis entoações para que o som aos teus ouvidos te comova. Incerto das intenções e propósitos da longa viagem que escolhi fazer para te ver, convenço-me de que um dia tenho que parar, pois tenho a alma demasiado cansada.
Todos nós tivemos uma oportunidade de te amar, os sorrisos foram correspondidos um a um a cada um de nós. Pacientemente, permites-me um último beijo junto à fogueira, o cheiro de ti entrega-me a uma exaustão indolor...
E a minha alma conservará pela eternidade aquela lágrima que és tu...”